Já pensou, você andar vários quilômetros aos 82 anos para simplesmente poder ouvir? Pois É... isso acontece! quando minha avó veio ao Rio de Janeiro para conhecer o bisneto, durante o fim de semana me olhou com uma cara de apavorada e disse: “Aí não! Esqueci de trazer mais pilhas e já ouvi o pipipi de aviso do meu aparelho que a minha vai acabar!” Encontrar pilha para aparelho auditivo seja na cidade grande ou pequena em um sábado a noite? Chama o Tom Cruise porque é quase uma missão impossível!
Meus sete primeiros meses como mãe de primeira viagem transformaram minha experiência auditiva!Precisei mudar a minha logística, já que lembrar de colocar baterias no carregador e encontrar tempo para isso se tornou impossível. Minha sorte foi que o pessoal da Rayovac, antes do Lucas nascer, me mandou três caixas de pilhas para IC, foram a minha salvação.
Já disse e repito que por mim só usaria pilhas, porque a praticidade é inigualável, basta espalhá-las em locais estratégicos: bolsas, carteiras, gavetas, banheiro, etc.
Passei a precisar usar aparelhos 24 horas por dia, além de me habituar a ouvir enquanto durmo. O nível de stress foi às alturas! Era impensável ter que acordar de madrugada atrás de baterias e descobrir que elas não estavam carregadas. Ao menor sinal de aviso, abria a gaveta e colocava pilhas novas. Aliás, antes que esqueça, meu parto foi com pilhas também. Antes de sair de casa coloquei na minha mala de maternidade as pilhas da Rayovac, e fui. Queria paz e tranquilidade nesse momento. E agora que estou mais habituada à rotina, quem disse que quero voltar a usar baterias recarregáveis? Depois que a gente se acostuma a ter praticidade e a não se preocupar com isso, é difícil voltar aos velhos hábitos.
Paula Pfeifer escreve o blog Crônicas da Surdez, empresária, palestrante, vencedora do Facebook Community Leadership Program America Latina