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Jejum como forma de tratamento funciona?

A prática do jejum está presente na história da humanidade, seja nos períodos de fome dos povos nômades quando ainda não conheciam a agricultura há milhares de anos, seja nas práticas religiosas orientadas por Jesus, Maomé e Buda que faziam jejum regularmente. O uso do jejum como tratamento de várias doenças sempre existiu de forma instintiva (quem não fica enjoado de comer após uma diarreia ou quando vomita) até porque os remédios para tratar diversas doenças foram se desenvolvendo de forma gradativa e somente hoje temos medicamentos comprovadamente úteis e seguros para se usar. Observando a saúde de populações que fazem jejum, alguns pesquisadores perceberam que além do uso na prática espiritual, ele poderia ser útil para saúde física. As primeiras impressões mostram um benefício importante no controle de peso, prevenção e controle do diabetes mellitus, diminuição de gordura visceral – depósito de gordura que causa a conhecida barriga de trigo ou barriga de chopp dos comedores de carboidratos em excesso. Em animais de laboratórios, nos ratos e até mamíferos maiores como macacos, a expectativa dos animais chega a dobrar pelo simples ato de jejuar periodicamente. Na espécie humana é muito difícil fazer um trabalho científico para avaliar esta questão, é possível intuir que se repita este fenômeno em nós humanos. Mas você vai me falar: eu sou contra jejum, ele me faz mal! Fazemos jejum todos os dias no período em que dormimos. Sabemos que dar um intervalo de 2 a 3 horas entre jantar e dormir melhora muito a qualidade do sono e é fundamental para não termos refluxo gástrico que causa esofagite, laringite e até descompensação de asma e bronquite crônica. Resumindo: Dormir 7h por noite mais 3h sem comer antes de dormir equivale a 10h sem comer. Fazemos jejum intermitente até sem termos consciência disso. Ao fazermos jejum mais prolongados de até 24-48h, podemos experimentar benefícios excepcionais em vários aspectos, principalmente melhora da disposição, da concentração, mais clareza mental, além de aceleração dos processos de reparo humano. Em outras palavras, é como se o corpo pudesse se concentrar em otimizar sua estrutura para receber melhor o alimento no futuro próximo. Quando não experimentamos fazer jejum, que é a realidade da maior parte das pessoas no mundo, este fenômeno de reparo e otimização acontece de forma mais lenta.

Mas ATENÇÃO: é preciso orientação de profissionais sérios e cuidadosos. O jejum terapêutico é contra-indicado em gestantes, crianças e pessoas doentes agudamente. Em pessoas que usam medicação para pressão alta e diabetes é necessário cuidado redobrado porque no início do tratamento pode ocorrer tanto queda de pressão quanto de glicose com a prática do jejum.

Dr.Sérvio Paixão
Cardiologista

CRM 52.72513-7

www.tecnomedi.com.br

Dr.Sérvio Paixão

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