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TODO TREMOR É SINAL DE DOENÇA DE PARKINSON?

É muito comum pacientes apresentando tremores procurarem o consultório dos Neurologistas apreensivos perguntando se têm Doença de Parkinson.

O tremor é um movimento involuntário muito comum, caracterizado por ser rítmico e oscilatório. Ele pode ser classificado de acordo com:

  • A frequência em que ocorre, que é o número de oscilações em um segundo (Hz - hertz);
  • A localização que acomete, como membros superiores, cabeça, membros inferiores, voz;
  • A fenomenologia, ou seja, em quais circunstâncias o tremor se manifesta (durante o repouso ou a ação);
  • A etiologia, uma vez que há diferentes causas para o surgimento de tremor (doenças neurodegenerativas, cerebrovasculares, hormonais, etc).

A abordagem clínica do tremor deve ser realizada de forma detalhada. É essencial questionar o paciente sobre: o momento de início deste sintoma; a região mais acometida por ele; a presença dele quando se está parado ou fazendo alguma atividade; a existência de alguma doença associada; o uso de algum medicamento. Essas perguntas podem auxiliar o médico no raciocínio diagnóstico.

Conforme mencionado, existem inúmeras causas para tremores. Neste breve artigo, falaremos sobre as mais frequentes.

Na Doença de Parkinson, é bem conhecida a existência do tremor. Caracterizado por ser um tremor de repouso, ele desaparece com o sono e piora com o estresse físico e mental. Costuma acometer mais os membros superiores, e de forma assimétrica. Com a progressão da doença, atinge outras partes do corpo, como os membros inferiores e a face, sendo frequentemente associado à rigidez do corpo, instabilidade postural (tendência a quedas) e/ou lentidão dos movimentos.

O mais comum dos tremores é o chamado tremor essencial. Ele se caracteriza por ser de ação ou postural, ou seja, aquele tremor que você pega uma xícara de café ou estica as mãos no ar. Os segmentos do corpo mais acometidos são os membros superiores e a cabeça, embora também gera uma voz trêmula. Esses pacientes costumam ter familiares com o mesmo diagnóstico. Geralmente, já se inicia acometendo os dois lados do corpo de modo simétrico. O tremor pode gerar ansiedade e vergonha. Na maioria dos casos, não causa incapacidade.

Outro tipo de tremor ocorre após o uso de medicamentos, podendo ser de repouso ou ação. Nesses casos, é importante verificar se o início do tremor coincide com o começo da medicação. Muitas vezes, esse efeito colateral depende da função do órgão onde o tremor se origina e tende a melhorar o tremor. É importante lembrar que qualquer alteração na dose ou retirada deve ser acompanhada pelo seu médico.

Portanto, há uma grande importância em realizar uma avaliação completa com o médico neurologista para fazer um diagnóstico assertivo. Esses tremores podem ser tratados e, na maioria das vezes, são pouco incapacitantes.

Dra. Thaís Magalhães CRM 52.84156-9

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