Higienização Bucal
A Higienização Bucal em pessoas acamadas ou sem condições de autocuidado nem sempre é tarefa fácil. Para essas pessoas, a Saúde Bucal exige cuidados extras. Isso porque os microrganismos presentes na placa bacteriana podem causar desde uma infecção oral até uma pneumonia aspirativa.
As patologias bucais dessa população estão diretamente relacionadas à má higienização bucal, às dificuldades motoras, alimentação rica em sacarose, uso crônico de medicamentos e ao pouco envolvimento do cuidador ou falta constante de profissionais habilitados no atendimento desses pacientes. A dificuldade na manutenção da saúde bucal está relacionada ao manejo, às limitações motoras, agressividade ou falta de cooperação desse grupo.
Com o objetivo de criar uma rotina de controle da placa bacteriana e estimular os cuidadores na higienização bucal diária, iremos relacionar algumas dicas abaixo:
1. Proteção Contra Mordida
Para evitar uma mordida involuntária e desestimular o cuidador, utilize um instrumento que possa manter a boca do paciente aberta enquanto realiza a higienização. Existem vários artigos no mercado. Podemos confeccionar um modelo que ofereça maior conforto, adaptabilidade e custo baixo. Junte umas 8 espátulas de madeira, una-as pela extremidade com uma fita crepe e na extremidade oposta enrole gazes formando uma almofada e prenda com a fita crepe. Coloque cuidadosamente na lateral da boca do paciente. Assim, o cuidador estará protegido pelo acessório e poderá realizar a limpeza com segurança.
2. Limpeza Mecânica
É fundamental no controle da placa bacteriana. Existem várias maneiras de se fazer. A mais comum utilizando a escova dental. Escolha uma macia e de cabeça pequena para evitar o atrito e danificar a gengiva. Após a escovação lave, seque e guarde a escova em local seco. A escovação precisa ser auxiliada por outros dispositivos como fio dental, escova interdental e passa fio para limpeza entre os dentes.
3. Limpeza Química
Já está bem sedimentada a vantagem dos produtos à base de clorexidina sobre os demais agentes antiplaque. Se a pessoa não possui habilidade para bochechar, o produto pode ser aplicado através de uma gaze umedecida.
A mucosa oral de pacientes acamados por vezes se torna mais frágil, mais ressecada e com maior probabilidade de fissuras e lesões. Assim, deve-se evitar soluções com álcool em sua composição. Nestes casos, existem também, no mercado, uma linha de produtos como enxaguantes enzimáticos e substitutos salivares que hidratam e umedecem a boca e ajudam a aliviar os sintomas e efeitos da boca seca.